Temos visto nos últimos anos o crescimento de clínicas de “Saúde Sexual Masculina” que fazem grande alarde na mídia sobre a eficácia dos seus tratamentos.

Nesse período, venho tendo a oportunidade de atender pacientes que passaram por estes institutos. Em função disso, pude entender a dinâmica destas verdadeiras máquinas de produção em série de atender pacientes. Nestes centros, os pacientes  passam por uma sequência de entrevistas e exames padronizados. No final, independentemente de qual seja a razão do seu problema, todos terminam numa sala onde lhes é oferecido (a “preços módicos”) um kit para aplicação de injeções penianas. Esse kit é vendido como a única solução para o seu problema de disfunção erétil. 

Tenho vários pacientes que já passaram pela mesma situação, ainda que a causa dos seus problemas seja bem diversa. Observo jovens - cujo problema de disfunção erétil tem nítida influência emocional  - sendo orientados da mesma forma que pacientes de maior faixa etária com histórico de diabetes, arterioesclerose ou distúrbios de ejaculação precoce. Quase todos, invariavelmente, passam por um exame de circulação peniana. O resultado mostra que há uma “alteração”. O tratamento? O uso destas injeções por seis meses.

Segundo o relato dos meus pacientes, esses institutos lhes dizem que outras formas de tratamento não irão funcionar, principalmente o uso de comprimidos orais. Tal procedimento está na contramão do que que recomenda a Sociedade Brasileira de Urologia e o bom-senso da prática médica. Os comprimidos devem ser a primeira linha de tratamento para disfunção erétil, a não ser que exista alguma contraindicação.

Estranho também que institutos muito “bem montados” para resolver todos os problemas da sexualidade masculina não se encontrem preparados para tratamentos cirúrgicos, que muitas vezes são necessários, como o implante de próteses penianas ou cirúrgias para correção da Doença de Peyronie.  Tampouco tive notícia até hoje de que disponham de terapeutas que possam intervir nos casos em que a disfunção erétil têm um forte componente emocional. A parceria de um psicólogo pode ser de grande ajuda para a resolução desses problemas.

Os médicos que procuram tratar estes pacientes de uma maneira ética, técnica e discreta,  assistem a tudo isto com enorme pesar.

Muito tem se discutido ultimamente nos meios acadêmicos e na mídia sobre o valor do PSA e do toque retal na detecção precoce (“screening”) do câncer de próstata.

Como já foi dito em outro post, dois grandes estudos realizados nos Estados Unidos e na Europa chegaram a diferentes conclusões, principalmente no que tange à redução da mortalidade pela doença. Para os americanos, o fato de haver um maior número de diagnósticos não reduz a taxa de mortalidade. Por isso, concluíram que não valeria a pena os gastos com a detecção precoce. Os europeus têm posição oposta.

Há três tipos de câncer de próstata. Os de baixo risco, que raramente causam problemas ou a morte do paciente; os de risco intermediário, que provavelmente irão demandar  tratamento em algum momento de sua evolução; e os de alto risco. Este último tipo exige, sempre, tratamento mais agressivo.

Se o paciente é portador de um câncer na próstata de baixo risco, não há necessidade de medicá-lo com tratamentos que muitas vezes trazem transtornos à sua qualidade de vida. No outro extremo, quando temos um paciente portador de um carcinoma de alto risco, muitas vezes não conseguiremos evitar a sua morte mesmo utilizando os mais modernos e corretos tratamentos.

A meu ver, o debate não se encontra em fazer ou não o “screening” do cancer prostático. O que a ciência precisa conhecer melhor é qual tumor requer tratamento ou não. Por este motivo, o médico precisa ter uma boa experência ao lidar com esta doença. Só assim saberá o que tratar. O médico que tem esta bagagem terá segurança suficiente para tranquilizar seu paciente quando o tratamento for substituído por uma vigilância ativa. Assim, monitorando o paciente, o médico saberá o momento certo de iniciar o tratamento.

Na minha opinião, isso significa não menosprezar os exames preventivos. Mais do que nunca, devemos, sim, estar atentos aos tumores de alto risco, que normalmente afetam os homens mais jovens. Nestes casos, o melhor tratamento se inicia ao  saber da sua existência o mais cedo possível.  Felizmente, o êxito do tratamento precoce é muito maior graças à prática do “screening” com a realização do PSA e do toque retal de rotina.

A Doença de Peyronie foi descrita pela primeira vez em 1743 pelo médico françês François Gigot de La Peyronie, que observou esta patologia no rei da França Luis XV.

Trata-se da formação de “placas”  de fibrose que se desenvolvem nos corpos cavernosos provocando a perda da elasticidade do pênis. Isso determina uma curvatura durante a ereção que pode impedir a introdução do pênis na vagina. Na sua fase aguda, pode também provocar um quadro de dor no pênis durante a ereção.

A doença de Peyronie acarreta intenso sofrimento do paciente, principalmente pela insegurança e transtornos na sexualidade do indivíduo. A retração peniana provoca a diminuição do tamanho do pênis e deformidades que impedem a penetração vaginal em função de alterações no eixo peniano.

CENÁRIO ATUAL

A incidência da doença de Peyronie parece estar aumentando nos últimos anos. A causa desta doença até hoje é mal compreendida pela medicina. Existem algumas teorias que defendem que a doença seria decorrente de pequenos  traumas sucessivos na atividade sexual. Não há comprovação científica para essa teoria.

Apesar disso, existem várias formas de tratamento, dependendo do estágio em que se encontra a doença.

Após aproximadamente um ano, quando termina a fase evolutiva da doença, pode haver uma curvatura que seja impeditiva para uma plena vida sexual. Neste caso, pode ser necessário o tratamento cirúrgico.

Os casos menos graves podem ser corrigidos com uma cirurgia simples. No entanto, as curvaturas complexas requerem cirurgias com uso de enxertos para cobrir a falha que fica com a incisão da placa fibrótica.

Vários são os enxertos utilizados. Por este motivo,  até hoje não há consenso em relação ao enxerto ideal.

Recentemente, eu e outros colegas estamos utilizando  um novo material como enxerto, confeccionado com a submucosa de intestino de porco. As conclusões iniciais são bastante animadoras.

Cerca de 80% dos pacientes operados com este enxerto têm se mostrado bastante satisfeitos com os resultados obtidos.

Algumas clínicas que se dizem especialistas em saúde sexual masculina propõem as injeções penianas como a única forma de tratamento para as disfunções sexuais do homem. É uma postura que não encontra respaldo na comunidade científica.

O uso de injeções penianas para tratar problemas de ereção teve seu início muito antes do aparecimento das drogas de uso oral. Em 1982, o Professor Virag descobriu que a substância Cloridrato de Papaverina produz uma ereção firme e prolongada quando injetada no corpo cavernoso (um par de estruturas cilindricas que contém a maior parte do sangue do pênis durante a ereção). Desde então, várias outras drogas foram desenvolvidas. Hoje em dia, as mais utilizadas são a Prostaglandina, Papaverina e Fentolamina.

O método consiste em treinar o paciente a aplicar no próprio corpo cavernoso peniano estas drogas com objetivo de manter uma atividade sexual completa. Antes que tenha condições de se autoplicar, o paciente recebe instruções para manusear seringas e agulhas de maneira asséptica.

Falando desta forma, pode parecer algo complexo e difícil de ser realizado por leigos. No entanto, aqueles que se permitem experimentar o método muitas vezes se tornam usuários regulares desse tipo de tratamento. A técnica é extremamente eficaz e fácil de ser aprendida.

Para que o paciente faça uso desta terapia é necessário que haja uma indicação precisa pelo urologista e, evidentemente, treinamento adequado. Além disso, é fundamental que o paciente tenha acesso ao seu médico a qualquer hora, visto que existem alguns cuidados a serem observados, como a possibilidade de ereções prolongadas (priapismo) no início do tratamento. Nesse caso, a rápida intervenção médica se faz necessária.

Existem outras complicações possíveis, como a queda de pressão arterial (muito rara) e a probabilidade (em torno de 10% ) de surgir um nódulo de fibrose que acarrete uma curvatura do pênis. Se isso acontecer, pode ser necessário modificar o tipo de tratamento.

Por estes motivos, volto a dizer que a indicação deve ser precisa e o acompanhamento constante pelo médico responsável.

Infelizmente, algumas clínicas propõem esta técnica como a “única” forma de tratamento, e indicada para qualquer caso, mesmo se sabendo dos riscos que estão expondo o corpo cavernoso de seus pacientes. Em muitos casos, aliás, os pacientes nem precisariam desse tratamento.

No meu modo de ver,  os homens com reconhecido comprometimento orgânico dos mecanismos de ereção poderão se submeter às injeções. Naqueles casos em que o estado emocional seja o fator principal para a Disfunção Eretil, a indicação para uso das injeções deve ser cuidadosamente avaliada. Tambem penso que o uso de comprimidos orais deve ser sempre  utilizado antes da decisão de indicar uma terapia com as injeções.

Segundo reuniões dos Comitês de Especialistas que ocorrem mundiamente para padronização de condutas em Disfunções Sexuais, os tratamentos com injeções penianas não estão indicados para casos de ejaculação precoce. Estes pacientes não têm problemas de ereção para se exporem aos riscos do tratamento. Propiciar uma ereção prolongada não significa que a ejaculação será mais demorada, ou que com isto, o casal terá uma atividade sexual mais satisfatória.

A reposição hormonal masculina com testosterona pode ajudar na prevenção de doenças cardíacas. Alguns estudos, ainda não confirmados, apontam nessa  direção.

A “Deficiência Hormonal do Envelhecimento Masculino” é uma síndrome caracterizada pela redução dos níveis de testosterona. O termo andropausa, muito utilizado na mídia em analogia à menopausa, é tecnicamente incorreto. Com a menopausa, os ovários deixam de produzir óvulos. Toda mulher passa por isso. No homem, ao contrário, a produção de espermatozóides não é interrompida. O que pode acontecer é a redução dos níveis de testosterona. Chamamos essa redução de hipogonadismo, por envolver uma diminuição na função das gônadas (no caso do homem, os testículos). 

Vários estudos têm sido realizados no intuito de avaliar a relação do hipogonadismo com outras doenças. Tanto a obesidade abdominal (aquela barriguinha que surge com o avanço da idade), como a Síndrome de Resistência Insulínica (que determina o Diabetes tipo II do Adulto) podem estar relacionadas com o hipogonadismo. Há indícios também que a Síndrome Metabólica, reconhecida recentemente pela Medicina, estaria associada ao hipogonadismo. Esta Síndrome Metabólica, além da obesidade abdomimal, engloba também a hipertensão Arterial, alterações das taxas de colesterol e triglicerídeos e das taxas de glicose.

Caso esta relação seja verdadeira, o hipogonadismo poderia ser mais um fator de risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares. A reposição hormonal masculina poderia, então, contribuir para prevenir a doença coronariana e aumentar a expectativa de vida do indivíduo.

Por sinal, a reposição hormonal é um assunto recorrente na mídia. O telejornal Hoje fez na última quinta-feira uma reportagem sobre as mudanças que a andropausa e a menopausa causam em homens e mulheres. A repórter Ana Paula Araújo me perguntou quais os sintomas mais comuns que o homem sente quando ocorre a queda na produção de testosterona. Veja o vídeo:

Estudos para mostrar o impacto do uso de drogas ilicitas sobre a sexualidade não são muito comuns no mundo científico. Agora, em agosto, o “Journal of Sexual Medicine” deu destaque a um estudo realizado na Austrália sobre a influência do uso  da maconha no orgasmo masculino.

Foram realizadas entrevistas com 8656 pessoas. Elas responderam perguntas como a frequência com que utilizam drogas, uso de preservativos, número de parceiros por ano, e qualidade da sensação orgásmica, entre outras.

O estudo revelou que homens que fazem uso diário de Cannabis sativa tem maior dificuldade em obter o orgasmo, e também maior incidência de ejaculação precoce, quando comparados a um grupo que não faz uso da droga.

Outra observação interessante é maior probabilidade de ocorrer doenças sexualmente transmissíveis entre mulheres que fazem uso diário da maconha. Este fato pode estar associado a um maior número de parceiros sexuais que estas mulheres relatam.

A prótese peniana é um implante em silicone que permite obter uma ereção adequada para manutenção de atividade sexual completa.

Existem dois tipos de próteses penianas: as maleáveis e as infláveis.

As protéses maleáveis são feitas em silicone. Blog Urologia em Destaque - prótese peniana maleável modelo 650 da American Medical Systems Possuem uma parte central fabricada com uma malha metálica, geralmente em aço. Mantêm um estado de ereção permanente, mas podem ser dobradas facilmente, o que ajuda o convívio social.  Veja mais detalhes sobre esta prótese no site da American Medical Systems.


As próteses infláveis apresentam maior complexidade. Blog Urologia em Destaque - prótese peniana inflável São constituídas de cilindros que se inflam de soro através de uma pequena bomba situada na bolsa escrotal a partir de um reservatório. Desta forma, apresentam uma ereção bem mais natural, uma vez que a ereção fisiológica é obtida com enchimento de liquido (sangue, no caso). Estas próteses possuem também um estado de flacidez praticamente normal, passando bem mais despercebida.

Veja mais detalhes sobre esta prótese no site da American Medical Systems.

INDICAÇÃO

As próteses penianas estão indicadas em casos de Disfunção Erétil, ou seja, quando o pênis perde sua capacidade de obter e/ou manter uma ereção adequada para uma completa atividade sexual.

É importante salientar que o uso da prótese peniana não resolve problemas relacionados à libido (o desejo sexual), à qualidade do orgasmo (prazer) ou com a ejaculação. É simplesmente um recurso para recuperar a capacidade de ereção peniana.

As próteses penianas normalmente são utilizadas quando outras formas de tratamento não surtiram resultados satisfatórios para o paciente ou para o casal. Entre os tratamentos mais comuns para Disfunção Erétil, podemos citar o reequilíbrio de distúrbios emocionais, a utilização de comprimidos orais  ou drogas vasodilatadoras, introduzidas nos corpos cavernosos através de pequenas injeções.

É importante lembrar que a utilização das próteses é um caminho sem volta, ou seja, uma vez implantada, não é possível retirá-la ou adotar outra forma de tratamento.

MINHA EXPERIÊNCIA

No meu entendimento, as próteses penianas são um ótimo recurso para a reconquista de uma vida sexual plena, com um índice de satisfação bastante elevado para o homem e também para sua parceira. Mas, para tanto, é necessário que o paciente esteja bem esclarecido e orientado sobre seu funcionamento, e o que esperar deste tratamento.

Cumpre frisar que se trata de um procedimento de baixo risco, porém cirúrgico. Portanto, devem ser observados todos os cuidados com o pré-operatório e com a técnica cirúrgica, principalmente nos pacientes diabéticos e portadores de Doença de Peyronie deformante.

Os melhores resultados são obtidos em pacientes com uma forte motivação sexual e dispostos e adaptar-se a uma nova maneira de viver sua sexualidade.

Com o envelhecimento da população e o maior nível de divulgação sobre o assunto, a necessidade de novos tratamentos para disfunção erétil tornou-se um imperativo. A evolução das próteses penianas é uma consequência disso. Outro fator importante: o avanço na tecnologia de construção das próteses. Hoje, além do aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas, temos próteses recobertas com película de antibióticos. Com isso, o risco de infecção – a mais temida complicação da implantação da prótese – diminuiu significativamente.

Tudo indica que a cirurgia para implante peniano irá desempenhar, no futuro, um papel cada vez maior no tratamento da Disfunção Erétil.

Grande parte dos homens desenvolvem, após os 60 anos, um aumento da glândula prostática, conhecida como Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP). Nos casos mais sérios, quando a doença comprime a uretra e provoca retenção urinária, a cirurgia se faz necessária.

Os métodos cirúrgicos que apresentam melhores resultados são a Ressecção Transuretral da Próstata (RTU), método clássico no qual a próstata é retirada através da uretra em fragmentos por um bisturi com passagem de corrente elétrica, e a Prostatectomia Supra Púbica, cirurgia convencional aberta realizada por uma incisão abdominal acima do osso púbico. Estes dois métodos constituem, até hoje, o padrão ouro nesses casos, pois representam o que há de melhor para o tratamento da hiperplasia da próstata.

No entanto, diversos tipos de laser vêm sendo utilizados para o tratamento da Hiperplasia da Próstata.

Mais recentemente, um novo tipo de laser – o Green Light –  tem mostrado resultados tão eficientes quanto os métodos tradicionais, com vantagens em relação ao tempo de internação e de recuperação pós-operatória.

Como funciona - A fibra de laser é introduzida pela uretra através de um instrumento acoplado a uma câmera de vídeo que permite a visualização do procedimento. O laser então é direcionado para o tecido prostático que vai sendo literalmente vaporizado pela ação do “raio verde”.

Porque o Green Light é revolucionário - É um método de fácil domínio para o médico urologista habituado com a ressecção transuretral, tendo uma curva de aprendizado muito curta. Além disto, o Green Light apresenta um mínimo de sangramento. Isso se explica porque o laser, ao mesmo tempo que vaporiza a próstata, provoca a cauterização dos vasos sanguíneos. Por este motivo, este tratamento pode ser usado por pacientes que façam uso de drogas anticoagulantes ou aspirina, como por exemplo os cardiopatas, sem que seja necessário suspender seu uso.

O Green Light já vem sendo utilizado nos grandes centros da Europa e dos Estados Unidos . No Brasil, alguns médicos vêm adquirindo experiência com esta tecnologia. No Rio de Janeiro, o Serviço de Urologia do Hospital dos Servidores do Estado, chefiado pelo Dr. Fernando Vaz e com a participação dos doutores Luis Carlos Vilas Boas, Renato Muglia e Roberto Campos, já utilizou o Green Light, com base em pesquisa coordenada pelo Dr. Daniel Perpétuo. Os resultados apresentados até agora são bastantes satisfatórios.

O maior problema neste momento, principalmente em país com poucos recursos para área médica, será os custos do procedimento, que ainda são altos.

No vídeo abaixo, pode-se observar como a fibra de laser percorre os lobos da próstata que envolvem a uretra.   Gradativamente, o laser vai vaporizando o tecido que provoca a obstrução uretral.  Ao final do procedimento, pode-se facilmente notar a abertura da uretra prostática que se torna pérvia ao fluxo urinário, permitindo um jato urinário livre.  O mais interessante é observar a total ausência de sangramento durante todo o ato cirúrgico.

Paulo, um jovem de 26 anos, procurou um urologista porque não consegue expor totalmente a glande quando tem ereção. Com o pênis flácido, a exposição acontece normalmente. O urologista lhe informou que no corpo do seu pênis existe uma pele esbranquiçada, sendo necessário removê-la através de cirurgia. Paulo pergunta: "Este procedimento é o único a ser adotado?"

Meu caro internauta, não é muito fácil emitir uma opinião sobre seu problema sem examiná-lo.  Quando a pele não permite expor a glande, é porque normalmente ela forma um anel que impede que isto ocorra.  Nestes casos, os tratamentos clínicos são de muito pouca eficiência. Por isso, a melhor opção provavelmente será a retirada desta pele por meio de uma cirurgia de postectomia (mais conhecida como circuncisão).

Este procedimento costuma ser realizado quando o indivíduo apresenta episódios frequentes de infecção na pele - geralmente causados por fungos - ou, como no seu caso, em adultos jovens nos quais a pele atrapalha a atividade sexual quando o pênis está ereto.

Vale lembrar que a circuncisão ajuda a prevenir um grande número de doenças sexualmente transmissíveis. Alguns estudos constataram que homens circuncidados têm menos risco de serem infectatos pelo HPV (papilomavírus humano), que quando transmitido para a mulher, pode determinar o aparecimento de lesões cancerosas no colo do útero.

Obrigado, Paulo, por ter enviado este email. O objetivo aqui é prestar um serviço de utilidade pública, mas jamais substituir a consulta médica.


Este espaço foi criado para tirar suas dúvidas sobre assuntos ligados à urologia. Envie um email para pergunte@urologia-rj.com.br e veja aqui a resposta. As questões que chamarem a atenção de vários internautas serão respondidas em bloco.

O internauta Alberto tem algumas dúvidas em relação à sibutramina, um medicamento que ajuda a diminuir a sensação de fome. Ele vem tomando o remédio há 2 meses, primeiro com uma dosagem de 10 mg (durante 40 dias) e agora com 15 mg. 

Ainda com a dosagem de 10 mg, Alberto sentiu alguma dificuldade para urinar. "Atualmente, após terminar a urina, está saindo um pouco de esperma", relata. Por isso, ele quer saber se o uso desse medicamento é prejudicial à saúde.

Prezado Alberto, a subtramina só pode ser usada sob rigoroso controle médico. Esse medicamento faz parte de um grupo de fármacos conhecido como inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS).

A serotonina é uma molécula envolvida na comunicação entre os neurônios. Os medicamentos do grupo ISRS aumentam a concentração de serotonina ao inibir sua reabsorção pelos neurônios que recolhem esta molécula nas sinapses nervosas - o local onde acontece a transmissão de informação de uma célula para outra.

Os antidepressivos fazem parte do grupo IRSS. No entanto, algumas drogas desse grupo podem ter outras finalidades, como a dapoxetina, que está sendo usada para tratar a ejaculação precoce.

A subtramina é um antidepressivo também, mas com maior ação no centro da saciedade. Ela pode causar, de fato, uma maior dificuldade para urinar porque reduz a capacidade de contração da bexiga, principalmente quando já existem problemas desta natureza provocados por um aumento da próstata.

Caso o problema persista, faça uma consulta com um urologista.

Quero lhe agradecer, Alberto, por ter enviado um email para o blog Urologia em Destaque. O objetivo aqui é prestar um serviço de utilidade pública, mas jamais substituir a consulta médica.


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A internauta Roberta faz uma pergunta sobre disfunção erétil. Ela conta que seu namorado não consegue manter a ereção sempre que os dois tentam fazer sexo. Segundo o parceiro de Roberta, isso nunca havia acontecido antes. Ele faz questão de ressaltar que não se trata de falta de desejo sexual pela namorada. 

O problema, segundo Roberta, é que seu parceiro perde a ereção justamente quando o pênis se aproxima da vagina. Ela pergunta:

- O que será que pode estar acontecendo com ele? Será que é medo, insegurança?

Prezada Roberta, não é fácil responder sua pergunta. Mas se o  seu namorado tem menos de 40 anos, goza de boa saúde e não usa remédios, e levando em conta que o problema não acontecia antes, é bem provável que exista um forte componente emocional afetando o desempenho sexual do seu namorado. Muitas vezes, é grande a vontade de acertar e não falhar, e a cobrança (interna) acaba sendo o causador do problema. O melhor procedimento para você, em primeiro lugar, é não pressioná-lo. Além disso, aconselhe-o a procurar um especialista.

Quero lhe agradecer, Roberta, por ter enviado um email para o meu blog. O objetivo aqui é prestar um serviço de utilidade pública, mas jamais substituir a consulta médica.


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O internauta Mario faz uma pergunta bastante pertinente. Ele quer saber se a ultrassonografia da próstata dispensa o exame de toque retal.

A resposta é não, Mario. O toque retal e a ultrasonografia proporcionam diferentes informações para a avaliação da próstata. Eu diria que o toque retal é indispensável. Já a ultrasonografia será realizada na dependência de haver sintomas ou não.

Quero lhe agradecer por ter enviado um email para este blog. Meu objetivo, Mario, é prestar um serviço de utilidade pública, mas jamais substituir a consulta médica.


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O brasiliense Leônidas inaugura a seção "Você Pergunta" deste blog. Ele tem 48 anos e relata que tem prostatite crônica, uma inflamação da próstata cuja origem pode ser bacteriana ou não.

Leônidas sente dores na virilha, nas costas e no nervo ciático sempre que acaba de ejacular. Por conta disso, acha que sua próstata está sempre inflamada. "Mas nos exames", diz ele, "não aparece nenhuma bactéria. O que eu posso fazer?"

Caro Leônidas, o diagnóstico de prostatite nem sempre é fácil de ser feito, já que seus sintomas podem ser bastante diversos. O paciente pode passar grandes períodos assintomáticos ou ter crises repetidas. Nestes casos, o uso de antibióticos por longos períodos pode ser a solução, mesmo que os exames de cultura bacteriana sejam negativos.  Converse com seu médico.

Obrigado, Leônidas, por ter enviado este email. O objetivo aqui é prestar um serviço de utilidade pública, mas jamais substituir a consulta médica.


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A vasectomia é um procedimento de esterilização masculina que vem sendo feito há algumas décadas. Consiste na ligadura dos ductos deferentes - os canais que transportam os espermatozóides até a uretra prostática. A técnica é bastante simples e nem exige internação, ao contrário do que acontece na laqueadura - a cirurgia de esterilização feminina. Mesmo assim, ainda encontramos muita resistência por parte dos homens em relação à vasectomia. É isso que pretendo analisar neste post.

Tradicionalmente, a responsabilidade para evitar a procriação sempre recaiu sobre a mulher. No entanto, o fato de a vasectomia ser um procedimento bem mais simples acaba aumentando a pressão sobre os homens. Alguns até concordam em realizar a vasectomia, mas se sentem desconfortáveis depois.

Isto se deve a dois mitos. Primeiro, muitos homens confundem esterilidade com castração, uma vez que a vasectomia é feita na genitália externa (testículos). Além disso, muitos homem supõem (às vezes de forma inconsciente) que a vasectomia pode provocar uma alteração hormonal capaz de afetar a ereção, o desejo sexual ou mesmo a sensação orgásmica. Isso é totalmente infundado. Mas é um sentimento que muitos homens carregam.

Os médicos têm se esforçado em desmistificar a vasectomia. Até mesmo por questões práticas. Nos dias de hoje, com as dificuldades encontradas pelas famílias para a criação de seus filhos, a tendência é que haja uma procura cada vez maior por este método quase infalível de contracepção. A própria crise econômica mundia vem contribuindo para isso. Nos Estados Unidos, o país que mais sofreu os efeitos da recessão, o interesse pela vasectomia cresceu sensivelmente desde o estouro da bolha imobiliária, no segundo semestre de 2008.

O depoimento de pessoas que já passaram pelo procedimento é muito importante para desmistificar a vasectomia. Analisando esses exemplos com bom senso, o homem conseguirá sepultar os medos e mitos em relação à vasectomia.  Afinal, não há nada que impeça o homem de ter uma vida sexual saudável depois de se submeter à vasectomia.

A Medicina é uma profissão que nos faz conviver diariamente com sentimentos extremos. Por um lado, ela permite uma intensa sensação de satisfação e bem-estar para quem a pratica. Afinal, com frequência conseguimos curar ou pelo menos aliviar as dores e doenças que afligem o ser humano.

Mas o reverso da moeda também se faz presente, sobretudo nos casos onde não podemos fazer mais nada para reverter o quadro clínico. Nessas horas, o médico deve ser forte. Ele tem o dever de continuar amparando o paciente. Mesmo convivendo com o sentimento de derrota por não conseguir salvar um ser humano.

Na área das Disfunções Sexuais, não posso deixar de comentar o caso de um paciente que teve seu pênis amputado aos 47 anos para tratamento de um câncer. Para a maioria de nós, é difícil imaginar o grau de sofrimento que uma pessoa experimenta numa situação dessas. Meu paciente, morador da periferia do Rio, teve seu casamento desfeito. Sua situação tornou-se pública e ele virou alvo de chacotas e piadas na vizinhança.

Confirmada a cura do câncer, ele foi submetido a uma cirurgia de reconstrução do falo com implante de uma prótese peniana. Isso provocou uma profunda mudança na vida deste indivíduo. Ele, que esteve a ponto de acabar com a existência, pôde então reconstruir sua história.

Mais uma vez, os extremos se encontram pelas mãos da Medicina.

Um fato que me preocupa é a pouca atenção que vem sendo dada à orientação sexual dos rapazes. As meninas, ao contrário, desde cedo recebem orientação adequada de um ginecologista.

Como as dúvidas dos rapazes não são esclarecidas, eles amadurecem com falsas idéias sobre a sexualidade masculina. Muitos problemas que surgem na vida adulta poderiam ser evitados se os rapazes recebessem orientação sexual adequada.

A ejaculação precoce é um desses problemas. Se o adolescente vive repetidamente situações em que precisa atingir o orgasmo rapidamente, seu corpo pode ficar acostumado em oferecer uma resposta rápida ao processo de prazer que o cérebro comanda.

No homem adulto, a ejaculação precoce pode estar associada a outros eventos. Pode surgir, por exemplo, após o indivíduo apresentar uma dificuldade com a ereção e passar a ejacular antes que a ereção se perca.  Este é um caso típico de ejaculação precoce secundária, por ser uma derivação de um outro problema, como a falta de ereção.

Mas quando a ejaculação precoce ocorre desde o início da vida sexual de um homem, é chamada de ejaculação precoce primária. Atento a isso, este blog pretende incentivar os rapazes para que obtenham todos os esclarecimentos necessários a um desenvolvimento sexual sadio e, assim, evitem o aparecimento de problemas no futuro.

O laboratório Janssen-Cilag lançou na Alemanha uma pílula contra ejaculação precoce capaz de retardar o tempo que o homem leva para ejacular.  A pílula, que está sendo comercializada com o nome de "Priligy", é composta principalmente pela substância Dapoxetina, criada originalmente para combater a depressão. Espera-se que a droga também seja liberada no Brasil.

A Associação Americana de Urologia estima que a ejaculação precoce afete entre 27 e 34% dos homens de todas as faixas etárias. Outros estudos estimam uma incidência entre 4 e 30% dos homens. A incidência real é difícil de avaliar porque, de um modo geral, os pacientes se constrangem em admitir que são portadores deste distúrbio.

A ejaculação precoce pode ter um impacto devastador no relacionamento do casal. Pesquisas mostram que  os portadores do problema levam em média 1,8 minuto para ejacular depois do início da relação sexual, enquanto a maioria dos homens leva em torno de 7,3 minutos. A relação sexual rápida, insatisfatória para mulher, se tornará cada vez mais desagradável para ela. E o homem, na maioria dos casos, vai se sentir culpado por não conseguir dar prazer a sua companheira.

Até hoje não há bons tratamentos para este problema. A Dapoxetina é uma nova droga que surge no mercado com a promessa de ajudar aqueles que sofrem com o descontrole ejaculatório.

Em um dos estudos para a avaliação de eficácia clínica, os homens que tomaram Dapoxetina em doses de 30 mg ou 60 mg tiveram um aumento de três ou quatro vezes no tempo para chegar a ejaculação, em relação a homens que tomaram um placebo.

A Dapoxetina neutraliza o impacto da serotonina, um neurotransmissor químico do cérebro. Pesquisas indicam que a serotonina tem um papel importante na ejaculação, o que explicaria por que alguns medicamentos que regulam os níveis desse neurotransmissor, como os antidepressivos, podem retardar o tempo para a ejaculação.

CONTROVÉRSIA

É verdade que este tipo de medicamento já causou alguma controvérsia. Empresas como a Pfizer, a GlaxoSmithKline e a Merck foram alvo de processos judiciais movidos por pacientes que dizem que os antidepressivos aumentam o risco de suicídio para os usuários.

Este risco não foi comprovado até hoje. No entanto, a Food and Drug Administration (FDA, órgão regulador da comercialização de remédios e alimentos nos EUA) rejeitou o pedido de aprovação da Dapoxetina apresentado pela Janssen-Cilag em 2006, sem explicar sua decisão. Acredito que a droga será novamente submetida à aprovação do FDA.

Segundo o fabricante, a Dapoxetina foi "exaustivamente avaliada" em vários testes clínicos envolvendo mais de 6 mil homens portadores de ejaculação precoce e suas parceiras.

A droga, à semelhança dos medicamentos para tratar a disfunção erétil, deve ser ingerida pouco antes do encontro sexual e seu efeito dura em torno de 6h. Por ser uma substância do grupo dos antidepressivos, terá que ser adquirida com orientação e prescrição médicas.

O valor de utilizar a dosagem de PSA como ferramenta para diagnosticar o câncer da próstata em uma determinada população vem sendo amplamente debatido pela comunidade científica urológica.

Dois importantes estudos, apresentados recentemente no congresso da Sociedade Americana de Urologia, apresentaram conclusões bem diferentes. O estudo europeu concluiu que o rastreamento de PSA contribui para a redução da mortalidade por câncer de próstata de 27%. Já a pesquisa realizada nos EUA não observou redução das taxas de mortalidade com a prática do rastreamento de PSA.

As conclusões divergem, ao que tudo indica, em função das diferentes metodologias.

O estudo europeu aponta uma alta incidência - em torno de 50% - de casos diagnosticados que normalmente não exigiriam tratamento por não representarem ameaça imediata à vida do paciente.

Nesses casos, a evolução da doença é muito lenta - o paciente pode até morrer de outra doença sem que haja a evolução do câncer de próstata. Por isso, os europeus sugerem que pacientes diagnosticados como portadores de um câncer de baixa agressividade devam ser mantidos em estado de permanente observação, passando a ser tratados somente quando o desenvolvimento da doença representar uma ameaça real à vida do indivíduo.

Após estas discussões, um painel de especialistas comandado pelo Dr. Peter Carrol resolveu aconselhar que a realização do exame de PSA seja o resultado de uma decisão de comum acordo entre o paciente e seu médico, após os 40 anos de idade e sempre que houver uma expectativa de vida para o paciente de pelo menos 10 anos.

Tratamento experimental com uma vacina aumenta em quatro meses a vida de homens com câncer de próstata em estado avançado. É o que revela um estudo realizado em Norfolk, no estado americano da Virgínia. A vacina Provenge, da Dendreon Corp., ensina o sistema imunológico a lutar contra o tumor. O medicamento é chamado de 'vacina' mesmo sendo usado para tratar a doença em vez de evitá-la.

Médicos vêm tentando desenvolver uma terapia desse tipo há décadas e este é o primeiro medicamento a atingir o objetivo preestabelecido ao aumentar a sobrevivência em testes realizados com pessoas em estados avançados da doença.

Veja a reportagem, na íntegra, no site da Gazeta Mercantil.

A Associação Americana de Urologia (AUA, na sigla em inglês) reduziu de 50 para 40 anos a idade mínima recomendada para que homens façam o exame de PSA (antígeno prostático específico, na sigla em inglês), usado para identificar precocemente a probabilidade do desenvolvimento de câncer de próstata.

A reportagem, que você pode ler no site da Folha de S.Paulo, afirma que não há consenso sobre o papel que o teste teria para redução da mortalidade em portadores de câncer de próstata.

Em março, a revista "New England Journal of Medicine" publicou dois estudos com resultados conflitantes. Um, americano, concluiu que o teste não salva vidas. Já outro, feito em países europeus, diz que existe uma redução de 20% nas mortes.

A Folha discute também até que ponto medicamentos como a finasterida e a dutasterida podem reduzir as chances do câncer de próstata.

Cientistas do Albert Einstein College of Medicine, em Nova York, desenvolveram uma pomada para tratar a disfunção erétil. Os cientistas aplicaram a pomada em sete ratos geneticamente modificados para ter disfunções eréteis. Cinco deles apresentaram uma ereção visível. Os resultados foram apresentados na reunião anual da Associação Urológica Americana.

A pomada, de uso local, apresenta uma dose mais baixa de óxido nítrico - substância que ajuda na biologia da ereção e relaxa as células musculares do pênis. Com isso, evita os efeitos colaterais causados pela sua absorção sistêmica, como ocorreria no caso de uma pílula.

Fonte: BBC Brasil. Clique aqui para ler a reportagem, na íntegra

A falta de diálogo entre os casais pode agravar as dificuldades sexuais dos homens que estão com disfunção erétil. Esta é uma das conclusões de uma pesquisa conduzida pelo psicólogo Oswaldo Rodrigues, diretor do Instituto Paulista de Sexualidade.

Segundo Rodrigues, muitos homens com disfunção erétil evitam todo tipo de contato físico com a mulher por temerem que ela queira sexo." Ao analisar 200 casais, percebi que 85% das mulheres desses pacientes acham que o marido tem outra mulher e por isso já não manifesta desejo por ela", conta o psicólogo.

Leia a reportagem, na íntegra, no site do UOL.