Grande parte dos homens desenvolvem, após os 60 anos, um aumento da glândula prostática, conhecida como Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP). Nos casos mais sérios, quando a doença comprime a uretra e provoca retenção urinária, a cirurgia se faz necessária.
Os métodos cirúrgicos que apresentam melhores resultados são a Ressecção Transuretral da Próstata (RTU), método clássico no qual a próstata é retirada através da uretra em fragmentos por um bisturi com passagem de corrente elétrica, e a Prostatectomia Supra Púbica, cirurgia convencional aberta realizada por uma incisão abdominal acima do osso púbico. Estes dois métodos constituem, até hoje, o padrão ouro nesses casos, pois representam o que há de melhor para o tratamento da hiperplasia da próstata.
No entanto, diversos tipos de laser vêm sendo utilizados para o tratamento da Hiperplasia da Próstata.
Mais recentemente, um novo tipo de laser – o Green Light – tem mostrado resultados tão eficientes quanto os métodos tradicionais, com vantagens em relação ao tempo de internação e de recuperação pós-operatória.
Como funciona - A fibra de laser é introduzida pela uretra através de um instrumento acoplado a uma câmera de vídeo que permite a visualização do procedimento. O laser então é direcionado para o tecido prostático que vai sendo literalmente vaporizado pela ação do “raio verde”.
Porque o Green Light é revolucionário - É um método de fácil domínio para o médico urologista habituado com a ressecção transuretral, tendo uma curva de aprendizado muito curta. Além disto, o Green Light apresenta um mínimo de sangramento. Isso se explica porque o laser, ao mesmo tempo que vaporiza a próstata, provoca a cauterização dos vasos sanguíneos. Por este motivo, este tratamento pode ser usado por pacientes que façam uso de drogas anticoagulantes ou aspirina, como por exemplo os cardiopatas, sem que seja necessário suspender seu uso.
O Green Light já vem sendo utilizado nos grandes centros da Europa e dos Estados Unidos . No Brasil, alguns médicos vêm adquirindo experiência com esta tecnologia. No Rio de Janeiro, o Serviço de Urologia do Hospital dos Servidores do Estado, chefiado pelo Dr. Fernando Vaz e com a participação dos doutores Luis Carlos Vilas Boas, Renato Muglia e Roberto Campos, já utilizou o Green Light, com base em pesquisa coordenada pelo Dr. Daniel Perpétuo. Os resultados apresentados até agora são bastantes satisfatórios.
O maior problema neste momento, principalmente em país com poucos recursos para área médica, será os custos do procedimento, que ainda são altos.
No vídeo abaixo, pode-se observar como a fibra de laser percorre os lobos da próstata que envolvem a uretra. Gradativamente, o laser vai vaporizando o tecido que provoca a obstrução uretral. Ao final do procedimento, pode-se facilmente notar a abertura da uretra prostática que se torna pérvia ao fluxo urinário, permitindo um jato urinário livre. O mais interessante é observar a total ausência de sangramento durante todo o ato cirúrgico.