Journal of Sexual Medicine, a mais importante revista médica no campo da medicina sexual, publicou recentemente o resultado de uma investigação realizada pelo Dr. Bettocchi e colaboradores no Serviço de Urologia da Universidade de Bari, Italia, sobre a satisfação de pacientes e suas companheiras após cirurgia de implante da prótese inflável 700 Cx, fabricada pela AMS (American Medical Systems).

O estudo foi realizado entre março de 2004 e maio de 2008 com 80 pacientes que foram operados naquele mesmo centro médico e pelo mesmo cirurgião. Todos os pacientes foram acompanhados, sendo registrados as complicações ocorridas e as suas impressões com o uso da prótese peniana.

Destes 80 pacientes, 97% estão mantendo atividade sexual regular.  Sessenta e nove por centro dos pacientes e 90% das parceiras afirmaram que nunca tiveram qualquer problema com o uso da prótese, considerando muito boa sua vida sexual com estes dispositivos.

Em uma escala de 0 a 10, 79% dos pacientes e 82% das parceiras deram uma nota 7 ou maior para seu grau de satisfação com a nova vida sexual. Noventa e sete por cento dos pacientes admitiram que, se perguntados, recomendariam o tratamento para outras pessoas interessadas.

Os médicos participantes desta pesquisa concluem que o implante de prótese peniana é uma alternativa capaz de modificar o prognóstico e o curso da Disfunção Erétil.  Esta conclusão é embasada pelas altas taxas de satisfação obtidas pelos pacientes e suas parceiras nesta série de 80 casos.

 

A Medicina já definiu claramente que o aparecimento da Disfunção Erétil pode ser um indício de um futuro quadro de isquemia das artérias coronarianas (do coração), ou mesmo de um infarto do miocárdio.

Recentemente, o prof. Hall e seus colaboradores fizeram uma revisão de um importante estudo realizado em Boston, no período de 1987 a 1989, conhecido como “Massachusetts Male Aging Study”. A conclusão dos trabalhos foi publicada  na conceituada revista “The American Journal of Cardiology”, em janeiro de 2010.

Neste estudo, Hail procurou identificar se outros aspectos da sexualidade poderiam também contribuir para o desenvolvimento futuro de uma doença coronariana.

Conseguiram avalliar 1165 homens, que, no início do estudo, não apresentavam qualquer sinal de cardiopatias. Esses indivíduos foram dividos em dois grupos: um com Disfunção Erétil moderada ou completa  e o outro sem Disfunção ou apenas com Disfunção leve.

Após cálculos estatísticos que levaram em consideração fatores como idade, tempo de seguimento, aspectos hereditários, entre outros, chegou-se à conclusão que a incidência de eventos de doença cardíaca foi de 17,9 casos para cada 1000 pessoas portadoras de Disfunção Erétil moderada/completa por ano.

Já no segundo grupo sem Disfunção/Disfunção leve,  a incidência foi significativamente menor, na ordem de 12,5 casos para cada 1000 pessoas/ano. 

Estes dados confirmam estudos anteriores de que a Disfunção Erétil pode ser considerada como um marcador de possivel cardiopatia futura.

Além disso, traz uma nova informação. A de que homens que mantém uma atividade sexual com frequência de 2 vezes na semana apresentam um risco 1,45 vezes menor de  sofrer um infarto do miocárdio quando comparados com homens que apresentam uma frequência sexual de 1 vez no mês. independentemente de serem portadores ou não de Disfunção Erétil.

Estes resultados, concluem os autores, sugerem que a baixa frequência de atividade sexual pode  aumentar a ocorrência de problemas cardiovasculares no futuro.

 Fonte: S. Hall, R. Shackleton, et al. "Sexual Activity, Erectile Dysfunction, and Incident Cardiovascular Events," The American Journal of Cardiology, Volume 105, Issue 2, Pages 192-197 (15 January 2010)