Um artigo publicado pela Divisão de Endocrinologia, Diabetes e Doenças Osseas do Mount Sinai School of Medicine, de Nova York, Estados Unidos, indicou que pacientes que sofrem de Diabetes Mellitus (DM) e/ou Obesidade têm maiores chances de desenvolver o quadro de Disfunção Erétil (DE) – antigamente conhecida como Impotência Sexual – devido aos efeitos destes transtornos sobre a circulação peniana e pela interferência com os hormônios sexuais masculinos.


A Obesidade está entre os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do Diabetes. E estes são dois fatores de risco para o aparecimento da Disfunção Erétil. Segundo pesquisas em vários centros por todo o mundo, a Disfunção Erétil é um marcador de futuros problemas cardiovasculares.


Homens obesos podem ter ainda níveis reduzidos de Testosterona, o que representa uma maior probabilidade de sofrer de Disfunção Erétil, doença Cardiovascular, Hipertensão Arterial e controle glicêmico inadequado.


Estudos mostram que entre 35 e 70% dos pacientes diabéticos também convivem com algum grau de Disfunção Erétil. A explicação para tamanha co-relação é que quando não é feito o controle correto do diabetes, pode-se iniciar um processo de aterosclerose das artérias penianas, assim como, a disfunção da camada mais íntima destes vasos, levando ao mal funcionamento do mecanismo de ereção.


Vale lembrar que hábitos como fumar, usar drogas e certos medicamentos, aliados a uma vida estressada, problemas emocionais e dificuldades pessoais ou de relacionamento também podem ser fatores agravantes para desencadear um quadro de Disfunção Erétil.


A melhor forma de prevenção é eliminar ou controlar os fatores de risco (tabagismo, alcoolismo, obesidade, controle da testosterona, e do Diabetes). Mas se o problema já existe, a perda de peso aliada a uma dieta balanceada, prática de exercícios e terapia hormonal com testosterona podem evitar que tais males interfiram não apenas na qualidade de vida do paciente, como, também, prolongando seu próprio ciclo de vida.


Referência
Gend Med. 2009;6 Suppl 1:4-16.

Já é senso comum na medicina moderna que a atividade fisica regular é fator fundamental na prevenção de doenças do corpo e de combate à depressão.


E o que pode ser dito sobre o papel do exercício fisico em relação à saude da vida sexual?


Será publicado em breve no Journal of Sexual Medicine um artigo sobre estudo realizado no departamento de Andrologia do Institudo Policlinico Abano Terme, em Padova, na Itália, para avaliar se o exercício fisico pode ter um papel efetivo no tratamento pacientes com Disfunção Erétil.


Este estudo selecionou 60 pacientes portadores de problemas sexuais envolvendo a dificuldade com a ereção. Foram divididos em dois grupos, sendo que o grupo “A” foi orientado a usar comprimidos orais (Viagra, Cialis, Levitra) para a ereção e a praticar atividade fisica aeróbica, com uma média de 3h a 4h por semana, perfazendo um gasto semanal de 1868kcal. No outro grupo “B”, chamado de grupo controle, os pacientes fizeram uso apenas dos comprimidos para disfunção erétil.


Após 3 meses, os pacientes foram submetidos a questionários que avaliaram os sequintes parâmetros: qualidade de ereção, qualidade do orgasmo, satisfação com a atividade sexual, qualidade do desejo sexual, confiança para a vida sexual e a satisfação global com o tratamento. Estes testes foram comparados com os resultados obtidos antes dos pacientes iniciarem o tratamento.


Houve uma melhora significativa em todos estes parâmetros, exceto com a qualidade do orgasmo no grupo A (submetidos a atividade física regular e com uso de comprimidos) quando comparados com os resultados obtidos no grupo B (apenas com uso de comprimidos). Em ambos os grupos, foi feita a dosagem da Testosterona, que foi normal e não sofreu alteração significativa.


Apesar de não se aprofundar nas causas da Disfunção Erétil destes pacientes, os resultados da pesquisa confirmam que a prática de exercícios físicos é essencial para a saúde sexual do homem, ajudando inclusive a recuperar a qualidade da ereção e a satisfação com a vida sexual.


Este estudo estimula àqueles que hoje já fazem uso de uma droga oral para ereção a se exercitar com afinco para que possam obter resultados ainda melhores com sua saúde sexual. Outros importantes ganhos com esta prática são o combate ao estresse, as doenças coronarianas, ao diabetes, e problemas com taxas de colesterol e hipertensão arterial.


Logo, é muito fácil ingerir um comprimido para obter uma melhor ereção. Porém, muito melhor é cuidar da sua saúde de verdade e como um todo, obtendo ganhos infinitamente superiores.


Referência - J Sex Med. 2010 Mar 30.