Existem várias formas de tratamento para a Disfunção Erétil, começando pelo uso de pílulas para a ereção. Embora sejam efetivas para a grande maioria dos pacientes, em certos casos as pílulas não produzem o resultado esperado ou não podem ser usadas. É o que acontece com homens que apresentam patologia cardiovascular ou utilizam medicamentos à base de nitratos.

Outras formas de tratamento para a Disfunção Erétil são as injeções penianas, os aparelhos de vácuo e supositórios para serem colocados na uretra. São opções válidas, mas nem sempre produzem resultados ou, muitas vezes, os pacientes não se adaptam a elas. Nestes casos, estes pacientes podem vivenciar sua sexualidade de modo alternativo, sem experimentar uma ereção totalmente rígida, ou simplesmente abandonar a vida sexual.

Para aqueles que mantêm um interesse por uma atividade sexual completa, incluindo a introdução peniana, o tratamento com as próteses penianas passa a ser uma excelente alternativa.

O QUE É UMA PRÓTESE PENIANA?

A prótese peniana é um dispositivo à base de silicone que é colocado no interior dos corpos cavernosos, ficando totalmente incluso, sem qualquer elemento à mostra. Foram desenhados para proporcionar uma rigidez suficiente para permitir uma penetração peniana completando o ato sexual. Atualmente esistem dois tipos principais de implantes penianos, os maleáveis (ou semi-rígidos) e os infláveis.

AS CIRURGIAS PARA O IMPLANTE DAS PRÓTESES SÃO SEGURAS?

Sim. Hoje estas cirurgias são realizadas com um grau de segurança bastante elevado. As próteses mais modernas apresentam um revestimento com antibióticos, o que reduz a ocorrência de infecção para menos de 1% dos casos. Utiliza-se na maioria das vezes uma pequena incisão no ângulo formado entre o pênis e a bolsa escrotal, com anestesia peridural ou raquidiana. Exigem normalmente um dia de internação.

AS PRÓTESES FICAM APARENTES EM SITUAÇÕES SOCIAIS ?

As próteses penianas são totalmente embutidas nos corpos cavernosos, sem qualquer parte visível externamente. As próteses infláveis apresentam uma aparência bastante natural, tanto na flacidez como no estado de rigidez. Os modelos maleáveis ou semi-rígidos não apresentam uma completa naturalidade já que o pênis se apresenta parcialmente ereto. Apesar deste fato, alguns modelos apresentam uma angulação bastante satisfatória.

AS PRÓTESES AUMENTAM O DESEJO SEXUAL OU A EJACULAÇÃO?

Não, as próteses penianas apenas produzem uma rigidez que permita uma atividade sexual completa. No entanto, o fato de poder novamente ter uma penetração e uma atividade sexual completa muitas vezes proporciona ao paciente uma rápida recuperação do desejo sexual.

AS PRÓTESES PENIANAS AUMENTAM O TAMANHO DO PÊNIS?

Os implantes penianos não foram desenvolvidos para fazer o pênis maior ou mais largo, mas apenas para restaurar a rigidez peniana adequada para a atividade sexual. Na verdade, muitas vezes o pênis pode ter uma aparência menor após a cirurgia. Normalmente isto se deve ao fato de que a prótese não se expande e, portanto, não amplia a glande (cabeça do pênis). No entanto, a reconquista de uma ereção bastante semelhante à fisiológica e a satisfação com o retorno à vida sexual é tão grande que, na maioria das vezes, esta sensação de perda do tamanho do pênis passa a ser irrelevante.

PODEREI TER EREÇÕES NATURAIS NO CASO DE RETIRAR UM IMPLANTE PENIANO?

Não. A cirurgia para colocar uma prótese peniana modifica a anatomia do pênis. Se for retirada, o indivíduo não conseguirá mais ereções naturais. Em vista disso, esta forma de tratamento deve ser escolhida para aqueles homens que já não conseguem ereções por qualquer outro método.

COMO POSSO DECIDIR SE A PRÓTESE PENIANA ESTÁ INDICADA NO MEU CASO?

Esta decisão merece uma cuidadosa reflexão. É preciso entender os riscos inerentes à cirurgia e ter expectativas realistas do que a prótese peniana pode oferecer. Pacientes que possuem uma (um) parceira(o) fixa(o) devem procurar discutir esta decisão em conjunto. Grande número de casais ganham uma satisfação renovada em sua parceria sexual, frequentemente chegando à conclusão de que já deveriam ter tomado esta decisão anteriormente. Quando possível, ouvir pessoas que já fizeram esta cirurgia pode ajudar a obter uma expectativa mais real do que esperar da cirurgia e afastar possíveis medos que ainda persistam.

QUEM DEVO PROCURAR PARA TER UMA PRÓTESE PENIANA?

O critério mais importante é escolher um cirurgião que seja experiente. Embora seja uma cirurgia pouco invasiva, um cirurgião especializado em cirurgias com uso de próteses é uma melhor escolha do que um cirurgião que a pratica ocasionalmente.

A coluna “Qual é o seu problema?”, publicada na seção de Saúde do site do jornal O Globo, é feita com base em pesquisas regulares feitas junto aos internautas. Na semana passada, o tema mais votado pelos internautas foi disfunção erétil. Em função disso, fui procurado pelo jornalista Antônio Marinho para responder algumas perguntas sobre o tema.

O jornalista me perguntou quando se deve tomar os comprimidos orais para tratar dificuldades de ereção. Respondi que os medicamentos são indicados especialmente quando não há causa psicológica. As contra-indicações são poucas, mas cardiopatas devem ter tomar as pílulas com acompanhamento do cardiologista devido à interação medicamentosa com os nitratos e drogas empregados no tratamento da doença coronariana.

Quando os comprimidos perdem sua eficácia, há duas alternativas. A primeira delas é a injeção peniana de substâncias como a prostaglandina. Alguns homens, no entanto,  não respondem a esse tipo de tratamento. Nesses casos, a melhor opção é a cirurgia de implante de prótese peniana.

O Globo me perguntou também se há saída para os homens que ficam impotentes após serem operados de câncer de próstata. Eu disse que a melhoria da técnica cirúrgica já nos permite manter a capacidade erétil depois de realizada a cirurgia na próstata. Nos casos em que se verificam problemas, os comprimidos podem apresentar um resultado bastante satisfatório, sendo uma boa alternativa para homens com menos de 55 anos. Aqueles que têm idade superior apresentam um menor percentual de resposta aos comprimidos e podem se valer das injeções penianas ou das próteses.

Leia a entrevista na íntegra no site do Globo.

A Síndrome de Deficiência de Testosterona no homem adulto se inicia em torno dos 45 anos. A partir de então, estima-se que o homem reduz sua capacidade de produzir testosterona em cerca de 10% a cada década. Os sintomas mais observados são a redução do libido, comprometimento da qualidade das ereções, redução da atividade intelectual, fadiga, estado depressivo, perda de massa muscular, osteoporose e aumento da gordura corporal.

Recentemente, a Boston University School of Medicine em Massachusetts (EUA) criou uma força-tarefa, composta de médicos da American Endocrine Society e profissionais de  estatistica e metodologia, para atualizar os parâmetros que guiam o diagnóstico e tratamento da  reposição de testosterona.

O grupo entende que a Sindrome de Deficiência de Testosterona só deve ser diagnosticada em pacientes que apresentem sintomas e sinais da doença, além de comprovada diminuição dos níveis de testosterona dosados no sangue no período do meio da manhã.

Muitas vezes estas dosagens estão no ponto mais baixo do considerado como normal. Nestas situações, o médico deve solicitar uma repetição da dosagem de testosterona e avaliar também a medida de Testosterona Livre Calculada  (não serve simplesmente a dosagem da Testosterona Livre), que requer medições de uma proteina chamada SHBG (Sexual Hormone Binding Globulin) ou da Testosterona Biodisponível.

OBJETIVOS

A reposição de testosterona deve ter como objetivo manter a função sexual e melhorar a sensação geral de bem-estar,  a massa muscular e força física e a densidade óssea.

As contraindicações absolutas para a reposição de testosterona são a presença de Câncer da Próstata e de Câncer de Mama do Homem.

Como a redução da  testosterona se inicia na fase em que o homem passa a ter um aumento da Prostata, é essencial que haja um rigoroso controle desta glândula pelo urologista. Cuidados devem ser tomados no caso de haver alguma alteração observada no toque retal nos pacientes que tenham uma dosagem de PSA no sangue maior do que 3 ng/ml.  Homens com maior risco de desenvolver um câncer da próstata – porque trazem consigo uma provável carga genética pela existência de parentes em primeiro grau que tiveram a doença - devem fazer controle mais frequente da próstata durante a terapia de reposição hormonal.

Controle rigoroso também deve ser direcionado para aqueles pacientes que apresentam uma maior contagem de glóbulos vermelhos (hematócrito maior do que 50%), apnéia de sono, dificuldades para urinar por um aumento benigno da próstata, ou insuficiência cardiaca congestiva.

Os homens que recebem tratamento de reposição com testosterona devem manter um controle médico regular. Dessa forma irão colher seus beneficios com toda segurança.

O elevado grau de aceitação da prótese peniana para o tratamento da Disfunção Erétil foi confirmado por mais uma pesquisa. Recentemente, o Departamento de Urologia da University of Maryland School of Medicine, Baltimore, nos EUA divulgou o resultado de um levantamento cujo objetivo era avaliar a eficiência da cirurgia de prótese peniana tomando como base o nível de expertise dos cirurgiões.

Foram enviados questionários a 1968 cirurgiões de vários estados americanos. Concluída a coleta dos dados, o Departamento de Urologia de Maryland constatou que a experiência do cirurgião pode influenciar diretamente no período pós-operatório e no resultado final da cirurgia de prótese peniana.

O nível dos profissionais foi considerado bom quando realizavam mais de 20 cirurgias ao ano. Além do volume cirúrgico, levou-se em conta também o tipo de incisão para o implante da prótese, a estratégia adotada quando se faz necessária uma cirurgia de revisão, e a conduta nos casos em que há suspeita de infecção.

Os cirurgiões mais qualificados têm facilidade com mais de um tipo de incisão cirúrgica e maior habilidade em lidar com as complicações que eventualmente podem ocorrer, particularmente nos casos de infecção (bastante raros).

É comum ouvir de meus pacientes, manifestações de desconforto e mal estar quando me procuram para resolver problemas de ereção e indico tratamento com comprimidos orais, como Viagra, Levitra ou Cialis. Mais comum é o questionamento de cada um, que soma maioria, sobre a prescrição: “Mas, doutor, é preciso realmente usar estes remédios? Não existe outro tratamento?

A conclusão que chego sobre a situação é que para o paciente o uso do comprimido acompanha um sentimento de fraqueza e vergonha, o que diverge de alguma forma da sua visão sobre masculinidade. A sociedade é machista. Ora, veja, a ideia que se tem a respeito do uso dessas drogras ameaça, inclusive, a evolução do tratamento porque estabelece ligação direta com um preconceito sobre a própria virilidade em cheque, neste caso. Estamos no século XXI e a ciência avança, por isso, não podemos preservar conceitos estabelecidos ainda em tempos passados, não é verdade?

Outro ponto importante em destaque interfere diretamente na vida a dois . Usar o medicamento não significa ter mais ou menos interesse pelo parceiro. Existe sim um problema de ereção que precisa do auxílio da droga para ser resolvido. Portanto, as pílulas para ajudar a ereção não interferem no interesse – ou não – do paciente. É importante entender a questão para desmistificar uma sensação de artificialidade no relacionamento como este.

Fato curioso é que apesar de mais sensíveis, as mulheres, de um modo geral, parecem conviver melhor com o uso da “pílula do homem”, do que o próprio homem. A maioria delas não se incomoda com o uso da droga por seus companheiros. Tenho um palpite sobre o quadro, uma vez que as mulheres passaram pela revolução sexual há muito mais tempo que os homens, desde a apresentação e incentivo do uso da pílula anticoncepcional. A perda do medo da gravidez inesperada trouxe uma postura sexual mais ativa para a mulher e, curiosamente, uma retração masculina com o temor da falha da ereção.

Penso em quanto sofrimento devem ter passado nossos pais e avôs sem a possibilidade de um tratamento altamente eficaz como o que dispomos hoje em dia para o problema da Disfunção Erétil. Por isso mesmo, acredito que os homens deste século de transformações e progresso devem substituir sem pestanejar a preocupação com uso de comprimidos por vivenciar intensamente esta era da modernidade, onde podem acompanhar in loco a revolução sexual masculina, desfrutando junto com suas mulheres de toda sua sexualidade e segurança. Salve o comprimido oral!