A vasectomia é um procedimento de esterilização masculina que vem sendo feito há algumas décadas. Consiste na ligadura dos ductos deferentes - os canais que transportam os espermatozóides até a uretra prostática. A técnica é bastante simples e nem exige internação, ao contrário do que acontece na laqueadura - a cirurgia de esterilização feminina. Mesmo assim, ainda encontramos muita resistência por parte dos homens em relação à vasectomia. É isso que pretendo analisar neste post.

Tradicionalmente, a responsabilidade para evitar a procriação sempre recaiu sobre a mulher. No entanto, o fato de a vasectomia ser um procedimento bem mais simples acaba aumentando a pressão sobre os homens. Alguns até concordam em realizar a vasectomia, mas se sentem desconfortáveis depois.

Isto se deve a dois mitos. Primeiro, muitos homens confundem esterilidade com castração, uma vez que a vasectomia é feita na genitália externa (testículos). Além disso, muitos homem supõem (às vezes de forma inconsciente) que a vasectomia pode provocar uma alteração hormonal capaz de afetar a ereção, o desejo sexual ou mesmo a sensação orgásmica. Isso é totalmente infundado. Mas é um sentimento que muitos homens carregam.

Os médicos têm se esforçado em desmistificar a vasectomia. Até mesmo por questões práticas. Nos dias de hoje, com as dificuldades encontradas pelas famílias para a criação de seus filhos, a tendência é que haja uma procura cada vez maior por este método quase infalível de contracepção. A própria crise econômica mundia vem contribuindo para isso. Nos Estados Unidos, o país que mais sofreu os efeitos da recessão, o interesse pela vasectomia cresceu sensivelmente desde o estouro da bolha imobiliária, no segundo semestre de 2008.

O depoimento de pessoas que já passaram pelo procedimento é muito importante para desmistificar a vasectomia. Analisando esses exemplos com bom senso, o homem conseguirá sepultar os medos e mitos em relação à vasectomia.  Afinal, não há nada que impeça o homem de ter uma vida sexual saudável depois de se submeter à vasectomia.

A Medicina é uma profissão que nos faz conviver diariamente com sentimentos extremos. Por um lado, ela permite uma intensa sensação de satisfação e bem-estar para quem a pratica. Afinal, com frequência conseguimos curar ou pelo menos aliviar as dores e doenças que afligem o ser humano.

Mas o reverso da moeda também se faz presente, sobretudo nos casos onde não podemos fazer mais nada para reverter o quadro clínico. Nessas horas, o médico deve ser forte. Ele tem o dever de continuar amparando o paciente. Mesmo convivendo com o sentimento de derrota por não conseguir salvar um ser humano.

Na área das Disfunções Sexuais, não posso deixar de comentar o caso de um paciente que teve seu pênis amputado aos 47 anos para tratamento de um câncer. Para a maioria de nós, é difícil imaginar o grau de sofrimento que uma pessoa experimenta numa situação dessas. Meu paciente, morador da periferia do Rio, teve seu casamento desfeito. Sua situação tornou-se pública e ele virou alvo de chacotas e piadas na vizinhança.

Confirmada a cura do câncer, ele foi submetido a uma cirurgia de reconstrução do falo com implante de uma prótese peniana. Isso provocou uma profunda mudança na vida deste indivíduo. Ele, que esteve a ponto de acabar com a existência, pôde então reconstruir sua história.

Mais uma vez, os extremos se encontram pelas mãos da Medicina.

Um fato que me preocupa é a pouca atenção que vem sendo dada à orientação sexual dos rapazes. As meninas, ao contrário, desde cedo recebem orientação adequada de um ginecologista.

Como as dúvidas dos rapazes não são esclarecidas, eles amadurecem com falsas idéias sobre a sexualidade masculina. Muitos problemas que surgem na vida adulta poderiam ser evitados se os rapazes recebessem orientação sexual adequada.

A ejaculação precoce é um desses problemas. Se o adolescente vive repetidamente situações em que precisa atingir o orgasmo rapidamente, seu corpo pode ficar acostumado em oferecer uma resposta rápida ao processo de prazer que o cérebro comanda.

No homem adulto, a ejaculação precoce pode estar associada a outros eventos. Pode surgir, por exemplo, após o indivíduo apresentar uma dificuldade com a ereção e passar a ejacular antes que a ereção se perca.  Este é um caso típico de ejaculação precoce secundária, por ser uma derivação de um outro problema, como a falta de ereção.

Mas quando a ejaculação precoce ocorre desde o início da vida sexual de um homem, é chamada de ejaculação precoce primária. Atento a isso, este blog pretende incentivar os rapazes para que obtenham todos os esclarecimentos necessários a um desenvolvimento sexual sadio e, assim, evitem o aparecimento de problemas no futuro.

O laboratório Janssen-Cilag lançou na Alemanha uma pílula contra ejaculação precoce capaz de retardar o tempo que o homem leva para ejacular.  A pílula, que está sendo comercializada com o nome de "Priligy", é composta principalmente pela substância Dapoxetina, criada originalmente para combater a depressão. Espera-se que a droga também seja liberada no Brasil.

A Associação Americana de Urologia estima que a ejaculação precoce afete entre 27 e 34% dos homens de todas as faixas etárias. Outros estudos estimam uma incidência entre 4 e 30% dos homens. A incidência real é difícil de avaliar porque, de um modo geral, os pacientes se constrangem em admitir que são portadores deste distúrbio.

A ejaculação precoce pode ter um impacto devastador no relacionamento do casal. Pesquisas mostram que  os portadores do problema levam em média 1,8 minuto para ejacular depois do início da relação sexual, enquanto a maioria dos homens leva em torno de 7,3 minutos. A relação sexual rápida, insatisfatória para mulher, se tornará cada vez mais desagradável para ela. E o homem, na maioria dos casos, vai se sentir culpado por não conseguir dar prazer a sua companheira.

Até hoje não há bons tratamentos para este problema. A Dapoxetina é uma nova droga que surge no mercado com a promessa de ajudar aqueles que sofrem com o descontrole ejaculatório.

Em um dos estudos para a avaliação de eficácia clínica, os homens que tomaram Dapoxetina em doses de 30 mg ou 60 mg tiveram um aumento de três ou quatro vezes no tempo para chegar a ejaculação, em relação a homens que tomaram um placebo.

A Dapoxetina neutraliza o impacto da serotonina, um neurotransmissor químico do cérebro. Pesquisas indicam que a serotonina tem um papel importante na ejaculação, o que explicaria por que alguns medicamentos que regulam os níveis desse neurotransmissor, como os antidepressivos, podem retardar o tempo para a ejaculação.

CONTROVÉRSIA

É verdade que este tipo de medicamento já causou alguma controvérsia. Empresas como a Pfizer, a GlaxoSmithKline e a Merck foram alvo de processos judiciais movidos por pacientes que dizem que os antidepressivos aumentam o risco de suicídio para os usuários.

Este risco não foi comprovado até hoje. No entanto, a Food and Drug Administration (FDA, órgão regulador da comercialização de remédios e alimentos nos EUA) rejeitou o pedido de aprovação da Dapoxetina apresentado pela Janssen-Cilag em 2006, sem explicar sua decisão. Acredito que a droga será novamente submetida à aprovação do FDA.

Segundo o fabricante, a Dapoxetina foi "exaustivamente avaliada" em vários testes clínicos envolvendo mais de 6 mil homens portadores de ejaculação precoce e suas parceiras.

A droga, à semelhança dos medicamentos para tratar a disfunção erétil, deve ser ingerida pouco antes do encontro sexual e seu efeito dura em torno de 6h. Por ser uma substância do grupo dos antidepressivos, terá que ser adquirida com orientação e prescrição médicas.