É comum ouvir de meus pacientes, manifestações de desconforto e mal estar quando me procuram para resolver problemas de ereção e indico tratamento com comprimidos orais, como Viagra, Levitra ou Cialis. Mais comum é o questionamento de cada um, que soma maioria, sobre a prescrição: “Mas, doutor, é preciso realmente usar estes remédios? Não existe outro tratamento?

A conclusão que chego sobre a situação é que para o paciente o uso do comprimido acompanha um sentimento de fraqueza e vergonha, o que diverge de alguma forma da sua visão sobre masculinidade. A sociedade é machista. Ora, veja, a ideia que se tem a respeito do uso dessas drogras ameaça, inclusive, a evolução do tratamento porque estabelece ligação direta com um preconceito sobre a própria virilidade em cheque, neste caso. Estamos no século XXI e a ciência avança, por isso, não podemos preservar conceitos estabelecidos ainda em tempos passados, não é verdade?

Outro ponto importante em destaque interfere diretamente na vida a dois . Usar o medicamento não significa ter mais ou menos interesse pelo parceiro. Existe sim um problema de ereção que precisa do auxílio da droga para ser resolvido. Portanto, as pílulas para ajudar a ereção não interferem no interesse – ou não – do paciente. É importante entender a questão para desmistificar uma sensação de artificialidade no relacionamento como este.

Fato curioso é que apesar de mais sensíveis, as mulheres, de um modo geral, parecem conviver melhor com o uso da “pílula do homem”, do que o próprio homem. A maioria delas não se incomoda com o uso da droga por seus companheiros. Tenho um palpite sobre o quadro, uma vez que as mulheres passaram pela revolução sexual há muito mais tempo que os homens, desde a apresentação e incentivo do uso da pílula anticoncepcional. A perda do medo da gravidez inesperada trouxe uma postura sexual mais ativa para a mulher e, curiosamente, uma retração masculina com o temor da falha da ereção.

Penso em quanto sofrimento devem ter passado nossos pais e avôs sem a possibilidade de um tratamento altamente eficaz como o que dispomos hoje em dia para o problema da Disfunção Erétil. Por isso mesmo, acredito que os homens deste século de transformações e progresso devem substituir sem pestanejar a preocupação com uso de comprimidos por vivenciar intensamente esta era da modernidade, onde podem acompanhar in loco a revolução sexual masculina, desfrutando junto com suas mulheres de toda sua sexualidade e segurança. Salve o comprimido oral!

1 comentários:

Anônimo disse...

No meu caso, foi uma disfunção erética leve, onde eu podia ter a ereção, mas não a sustentava por tempo suficiente após a penetração, tendo de retornar às carícias iniciais para obter nova ereção. Ao conversar com minha esposa sobre o uso de comprimidos, a primeira reação dela foi justamente desconfiar de um desinteresse por ela, mas logo ela compreendeu que era justamente o meu interesse por ela que estava me movendo a buscar essa alternativa, visto que nosso relacionamento sexual sempre foi extremamente prazeroso. E o principal aspecto que a ajudou a compreender isso foi que as pílulas por si só não produzem ereção expontânea, mas sim precisam do desejo e excitação sexual para produzirem a ereção. No fim das contas, o que importou mesmo foi o resultado positivo que agradou muito a ambos, e ela tem consciência de que procurei auxílio médico para poder seguir atendendo ao meu desejo por ela, e não que esse desejo tivesse acabado e precisando de recursos para "suporta-la" na cama. Minha recomendação médica foi a utilização do Cialis Diário, mas não para fazer uso diário conforme o nome sugere, mas apenas usar 30 minutos antes da relação. Estou satisfeito com os resultados. Com meu medidor de pressão doméstico percebi ligeira queda de pressão diastólica para 70 enquanto a pressão sistólica ficou em 118 e batimentos em 60 (depois do ato), sem nenhuma alteração no meu bem-estar.
De um modo geral, é preciso que os homens tenham também a sua emancipação quanto ao tratamento de disfunção erétil, seja leve ou grave, porque se há um problema e há uma solução, ficar escravo de um machismo sem sentido não levará a lugar algum.
O preço desse remédio ainda está muito elevado, e os laboratórios estão certamente cobrando muito acima do real valor da substância empregada, justamente por ser um remédio relativamente novo e muito procurado. Contudo, com 28 comprimidos por caixa, numa média de duas relações por semana, ele dura cerca de 14 semanas ou cerca de 3 meses. Isso resulta, em junho/2011, em cerca de R$80,00 reais por mês. Para quem tiver recomendação médica de tomar realmente diariamente (que é o que o nome do remédio propõe), aí a despesa mensal vai a R$240,00. Aguardemos os genéricos confiáveis...mas será que os médicos vão recomendá-los?